segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Santa Luzia, Virgem e Mártir


13 de dezembro (+ Sicília, séc IV)

É invocada como protetora especial contra as doenças dos olhos.

Santa Lúcia de Siracusa283 - 304), também conhecida por Santa Lúcia, foi uma jovem siciliana, venerada pelos católicos como virgem e mártir, que morreu por volta de 304 durante as perseguições de Diocleciano em Siracusa.

Na antigüidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a veneração à Santa Luzia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter 20 templos em Roma dedicados ao seu culto.

Lúcia era uma jovem, filha de uma mãe de boas condições financeiras. Quando tornou-se mais velha, foi prometida para casar-se com um jovem rico de sua cidade. Luzia não aceitou a idéia, pois pretendia seguir carreira religiosa, mas sua mãe não gostava da idéia.

A mãe de Lúcia então ficou muito doente, a jovem pôs-se a rezar por sua mãe, e levou a seu leito as relíquias de Santa Águeda. A mãe de Luzia curou-se da doença e aceitou a idéia de sua filha seguir carreira religiosa.

O rapaz com quem Lúcia iria se casar não gostou da idéia e acusou-a de professar falsa fé cristã. O rapaz fez com que Luzia fosse julgada pela Igreja, até que foi decidido que a jovem virgem teria de ser levada a um prostíbulo para se contaminar.

Segundo a história, quando os guardas vieram buscar Luzia, seu corpo tornou-se tão pesado que nem muitos homens conseguiram tirá-la do lugar.

Lúcia então foi vítima de várias torturas, sendo que uma delas foi arrancar seus olhos, que foram colocados em uma bandeja e entregues ao seu ex-pretendente. Mesmo assim, no dia seguinte os olhos de Luzia apareceram em seu rosto, intactos.

Luzia continuou sendo torturada, até que no dia 13 de dezembro um golpe de espada cortou sua cabeça.

Depois de alguns anos Lúcia foi reconhecida como santa pelo Vaticano, e é hoje a protetora dos olhos.

Anos depois Lúcia foi canonizada, tornando-se santa e mártir da Igreja Católica, ela é a protetora dos olhos. Sua festa é celebrada em 13 de Dezembro.

(depoimento)No dia 13 de dezembro, nos países católicos, é comemorado o Dia de Santa Luzia. A santa é padroeira em muitas cidades brasileiras. Começar um artigo, assim, dá idéia que sou um católico praticante ou, talvez, um dos fervorosos devotos de Santa Luzia. Nada disso. Sou apenas cristão. Aliás, tenho tudo para não acreditar no santos. Nascido em lar evangélico, aprendi, desde cedo, por lição bíblica ou heteronomia, a não adorar os santos da Igreja Católica. Mas, em 2003, me aconteceu algo intrigante. Preparava, para o Curso de Letras, uma aula sobre Luzia-Homem, romance do sobralense Domingos Olímpio. Postulei a ficção naturalista recontaria a legenda da santa européia, através de uma lenda brasileira, bem nordestina, a de Luzia-Homem.

Li várias lendas do martírio da santa. Uma delas diz que Luzia nasceu na Sicília, Itália, nos século III, tempo de muitas perseguições cristãs. Seus pais eram cristãos, de origem nobre, e ricos. Com a morte do pai, sua mãe quis que se casasse com um moço de estirpe nobre, mas pagão. Como havia feito voto de virgindade a Cristo, não aceitou o casamento. Sentindo-se rejeitado, o noivo, denunciou-a ao governador Pascácio, um homem perverso que, em tribunal, intimou-a a sacrificar sua vida aos deuses pagãos.

A insistência de Pascácio para que Luzia, a todo custo, se casasse com o fidalgo, levou-a perguntar-lhe: “Afinal, o que este rapaz viu em mim, sendo ele tão rico e poderoso”. A resposta do governador foi taxativa: “São seus belos olhos que o encantam”. Luzia, então, pediu-lhe um pratinho e um arrancou, de súbito, seus olhos, e ofereceu ao noivo que a denunciou. Pascásio, irado, ordenou que Luzia fosse decapitada.

Oração à Santa Luzia – Protetora dos olhos - (13 de dezembro) Ó Santa Luzia preferistes deixar que os vossos olhos fossem vazados e arrancados antes de negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus com um milagre extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos, eu recorro à vós para que protejais minhas vistas e cureis a doença de meus olhos. Ó Santa Luzia, conservai a luz dos meus olhos para que eu possa ver as belezas da criação, o brilho do sol, o colorido das flores, o sorriso das crianças. Conservai também os olhos de minha alma, a fé, pela qual eu posso conhecer o meu Deus, compreender os seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá onde vós, Santa Luzia, vos encontrais, em companhia dos Anjos e Santos. Santa Luzia, protejei meus olhos e conservai minha fé.
Amém.

São João da Cruz, Confessor e Doutor da Igreja



14 de dezembro

(+ Ubeda, Espanha, 1591)
Colaborador de Santa Teresa d`Ávila na reforma da Ordem carmelita e grande mestre da Mística.

Dele diz o Martirológio Romano-Monástico: "seu zelo e o sucesso de seus esforços causaram-lhe provações humilhantes, que lhe ensinaram a subir, dentro da noite escura, até à experiência mística do nada do homem diante da Majestade Divina".

São João da Cruz (n. 1542 - f. 1591) foi um frade carmelita espanhol, famoso por suas poesias místicas.

São João da Cruz nasceu em 1542, provavelmente no dia 24 de Junho, em
Fontiveros, província da cidade de Ávila, em Espanha. Os seus pais chamavam-se Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. Gonzalo pertencia a uma família de posses da cidade de Toledo. Por ter-se casado com uma jovem de classe “inferior”, foi deserdado por seus pais e tornou-se tecelão de seda.

Em 1548, a família muda-se para Arévalo. Em 1551 transfere-se para Medina del Campo, onde o futuro reformador do Carmelo estuda numa escola destinada a crianças pobres.

Por suas aptidões, torna-se empregado do diretor do Hospital de Medina del Campo. Entre 1559 a 1563 estuda Humanidades com os Jesuítas. Ingressou na Ordem dos Carmelitas aos vinte e um anos de idade, em 1563, quando recebe o nome de Frei João de São Matias, em Medina del Campo. Pensa em tornar-se irmão leigo, mas seus superiores não o permitiram.

Entre 1564 e 1568 faz sua profissão religiosa e estuda em Salamanca. Tendo concluído com êxito seus estudos teológicos, em 1567 ordena-se sacerdote e celebra sua Primeira Missa.
No entanto, ficou muito desiludido pelo relaxamento da vida monástica em que viviam os Conventos
Carmelitas. Decepcionado, tenta passar para a Ordem dos Cartuxos, ordem muito austera, na qual poderia viver a severidade de vida religiosa à que se sentia chamado.

Em Setembro de 1567 encontra-se com Santa Teresa de Ávila, que lhe fala sobre o projeto de estender a Reforma da Ordem Carmelita também aos padres, surgindo posteriormente os carmelitas descalços. O jovem de apenas vinte e cinco anos de idade aceitou o desafio. Trocou o nome para João da Cruz.

No dia 28 de Novembro de 1568, juntamente com Frei Antônio de Jesús Heredia, inicia a Reforma. O desejo de voltar à mística religiosidade do deserto custou ao santo fundador maus tratos físicos e difamações.

Em 1577 foi preso por oito meses no cárcere de Toledo. Nessas trevas exteriores acendeu-se-lhe a chama de sua poesia espiritual. "Padecer e depois morrer" era o lema do autor da "Noite Escura da alma", da "Subida do monte Carmelo", do "Cântico Espiritual" e da "Chama de amor viva".

São Timóteo, Mártir, e São Tito, Confessor



26 de janeiro


(+ Ásia Menor, séc. I)
São Timóteo foi batizado pelo Apóstolo São Paulo, que lhe escreveu duas Epístolas na qual o chama discípulo caríssimo, amado filho e irmão. Acompanhou São Paulo em suas viagens apostólicas. Foi o primeiro bispo de Éfeso e morreu apedrejado e espancado por pagãos. São Tito, também convertido por São Paulo, acompanhou-o em algumas viagens e realizou missões delicadas em Corinto. Feito mais tarde bispo de Creta, ali morreu.

O calendário da Igreja volta a homenagear Timóteo, agora juntamente com Tito, por terem ambos vivenciado toda a experiência de São Paulo, escolhendo por este motivo, o dia após a celebração da conversão do apóstolo.

Os dois têm suas páginas individuais, destacando suas vidas. Um santo muito antigo, venerado há muitos e muitos séculos, morreu no ano de 97. Timóteo era o "braço direito" do apóstolo Paulo, seu grande amigo e companheiro, sendo considerado, ao lado do mestre, como o primeiro e corajoso pregador do cristianismo. Quase sempre evangelizaram juntos, mas por várias vezes, Paulo o mandou como representante, em quase todos os lugares importantes daquela época, enquanto ele próprio abria novos caminhos.

Timóteo nasceu em Listra, Ásia. Seu pai era grego e pagão, a mãe se chamava Eunice e era judia. Foi educado dentro do judaísmo. Assim, quando o apóstolo Paulo esteve naquela cidade, tanto sua avó, mãe e ele próprio, então com vinte anos, se converteram. A partir daí, Timóteo decidiu que o seguiria e nunca mais se afastou do santo apóstolo.

Fiel colaborador de Paulo, o acompanhou em suas viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e Roma. Exceto quando ele o enviava para algumas missões nas igrejas que tinham fundado, com o objetivo de corrigir erros e manter a paz. Como fez em Tessalônica, com o seu aspecto de rapaz frágil. Porém "que ninguém despreze a tua jovem idade", lhe escreveu Paulo na primeira das duas cartas pessoais. E aos cristãos de Corinto o apresenta assim: "Estou lhes mandando Timóteo, meu filho dileto e fiel no Senhor: manterá em suas memórias os caminhos que lhes ensinei".

Na Palestina, o apóstolo ficou preso durante dois anos e tudo indica que Timóteo foi seu companheiro nessa situação também. Mas ao final deste período, ele foi colocado em liberdade, enquanto Paulo era levado para Roma. Quando Paulo retornou, por volta do ano 66, Timóteo era o bispo de Éfeso e, com este cargo, foi nomeado pelo apóstolo para liderar a Igreja da Ásia Menor.

As epístolas de Paulo, à ele endereçadas, viraram pura literatura cristã e se tornaram documentos preciosos de todos os tempos, como leme e bússola para a Igreja. Mas, a sua morte nos ilustra muito bem o que era ser cristão e apóstolo naquela época. Durante uma grande festa onde era adorada a deusa Diana, Timóteo se colocou no centro dos pagãos e, tentando convertê-los, iniciou um severo discurso criticando e repreendendo o culto herege. Como resposta, os pagãos o mataram a pedradas e pauladas. O apóstolo Paulo, escreveu a segunda carta a Timóteo estando de novo na prisão, a espera de sua morte: "Procure vir para junto de mim". Muitos, de fato, o haviam abandonado; o fiel Tito estava na Dalmácia; o frio o fazia sofrer e ele recomenda a Timóteo; "Traga-me o manto que deixei em Troadi".

Santa Ângela de Mérici, Virgem



27 de janeiro (+ Bréscia, 1540)

Ângela Mérici nasceu em 1470, na cidade de Desenzano, no norte da Itália. O período histórico era o do Renascimento e da Reforma da Igreja, provocada pela doutrina luterana. Os pais eram camponeses pobres e muito religiosos. E desde pequena, ela teve seu coração inclinado pela vida religiosa, preferindo a leitura da vida dos Santos. De fato, sua provação começou muito cedo, na infância, quando ficou órfã de pai. Logo em seguida perdeu a mãe e a irmãzinha, com quem se identificava muito. Assim, ela foi viver na casa de um tio, que a havia adotado, mas que também veio a falecer. Voltou à terra natal. Depois de passar dias e dias chorando, com apenas treze anos, pediu para ingressar num convento, entrando para a Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

Ângela tinha apenas o curso primário e chegou a ser "conselheira" de governadores, bispos, doutores e sacerdotes. Os seus sofrimentos, sua entrega à Deus e a vida meditativa de penitência lhe trouxeram, através do Espírito Santo, o dom do conselho, que consiste em saber ponderar as soluções adequadas para todas as situação da vida. Ela também, percebeu que naquele momento histórico, as meninas não tinham quem as educassem e livrassem dos perigos morais, e que as novas teorias levavam as pessoas a querer organizar a vida como se Deus não existisse. Para lutar contra o paganismo, era preciso restaurar a célula familiar.

Inspirada pela Virgem Maria, fundou a Comunidade das irmãs Ursulinas, em homenagem a santa Úrsula, a mártir do século IV, que dirigia o grupo das moças virgens, que morreram por defender sua religião e sua castidade.

Ângela acabou se tornando a portadora de uma mensagem inovadora para sua época. Organizou um grupo de vinte e oito moças, para ensinar catecismo em cada bairro e vila da região. As "Ursulinas" tinham como finalidade a formação das futuras mães, segundo os dogmas cristãos.

Ângela teve uma concepção bastante revolucionária para sua época, quando se dizia que uma sólida educação cristã para as moças só seria possível dentro das grades de uma clausura. Decidiu que era a hora de fazer a comunidade se tornar uma Congregação religiosa.Consta, pela tradição, que antes de ir à Roma para dar início a esse projeto, quis fazer uma peregrinação em Jerusalém. Assim que chegou, ficou cega. Visitou os Lugares Sagrados e os viu com o espírito, não com os olhos. Só recobrou a visão, na volta, quando parou numa pequena cidade onde existia um crucifixo milagroso, foi até ele, rezou e se curou.

Anos depois, foi recebida pelo papa Clemente VII, durante o Jubileu de 1525, que deu início ao processo de fundação da Congregação, que ela desejava. Ângela a implantou na Bréscia, dez anos depois, quando saiu a aprovação definitiva. E alí, a fundadora morreu aos setenta e cinco anos, em 27 de janeiro de 1540 e foi canonizada, em 1807.

Santa Ângela de Mérici, atualmente, recebe as homenagens no dia de sua morte.

São Tomás de Aquino, Confessor e Doutor da Igreja



28 de janeiro
(+ Fossa Nuova, 1274)
Sacerdote dominicano, foi inicialmente discípulo de Santo Alberto Magno, passando depois a lecionar na Universidade de Paris. Escreveu mais de cem obras, entre as quais se destacam a Suma contra os gentios e a Suma Teológica.

Foi chamado Doutor Angélico e Doutor Comum. Sua autoridade é, de certa forma, única entre os teólogos católicos. Durante o Concílio de Trento, a Suma Teológica foi colocada sobre o altar, ao lado das Sagradas Escrituras, para indicar que era à luz da doutrina tomista que se deveria interpretar a Palavra de Deus.

Tomás de Aquino foi um trabalhador incansável e um espírito metódico, que se empenhou em ordenar o saber teológico e moral acumulado na Idade Média, sobretudo o que recebeu através de seu mestre Alberto Magno.

Mas foi principalmente influenciado por Santo Agostinho e, mais ainda, por Alberto Magno, seu mestre em Paris.

Foi sobretudo em Paris que Tomás de Aquino viveu intensamente os conflitos intelectuais, típicos de sua época, que opunha o conhecimento pela razão, a teologia à filosofia, a crença na revelação biblíca às investigações dos filósofos gregos.

O mais importante fator de conflitos entre os admiradores do estarigita e dos defensores da fé residia no fato de a doutrina aristotélica apresentar, à primeira vista, um conteúdo muito distinto da concepção cristã do mundo.

Segundo Santo Tomás a razão pode provar a existência de Deus através de cinco vias, todas de índole realista: considera-se algum aspecto da realidade dada pelos sentidos como o efeito do qual se procura a causa.

A primeira fundamenta-se na constatação de que no universo existe movimento. Baseado em Aristóteles, Santo Tomás considera que todo o movimento tem uma causa.

A segunda via diz respeito à idéia de causa em geral. Todas as coisas ou são causas ou são efeitos, não se podendo conceber que alguma coisa seja causa de si mesma.

A terceira via refere-se aos conceitos de necessidade e possibilidade. Todos os seres estão em permanente transformação, alguns sendo gerados, outros se corrompendo e deixando de existir.

A quarta via tomista para provar a existência de Deus é de índole platônica e baseia-se nos graus hierárquicos de perfeição observados nas coisas.

A quinta via fundamenta-se na ordem das coisas.

A distinção real ou ontológica entre essência e existência possibilitou a Tomás de Aquino refutar racionalmente e rejeitar como heréticas certas concepções correntes, na época, sobre dogmas da encarnação de Cristo e da Trindade.

A harmonização, no plano social e político, entre poder temporal e poder espiritual seria análoga à que Santo Tomás procura estabelecer entre filosofia e teologia, entre RAZÃO E FÉ.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

São Mesmino, Confessor


15 de dezembro

(+ França, séc.VI)

Fundou o mosteiro de Micy, perto de Orléans, numa propriedade que o rei Clóvis lhe dera.

Foi o primeiro abade desse mosteiro e teve como discípulos São Calásio e Santo Avito

Santa Adelaide, Imperatriz e Viúva



16 de dezembro
(+ Sehl, Alemanha, 999)

Narrada por Santo Odilo, abade de Cluny, que conviveu com ela, a vida de Santa Adelaide emociona pelos sofrimentos que passou. De rainha tornou-se prisioneira, sofreu maus tratos e passou por diversas privações, para depois, finalmente assumir um império. Tudo isso dentro da honestidade, vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e extrema caridade para com os pobres e doentes.

Nascida em 931, Adelaide era uma princesa, filha do rei da Borgonha, atual França casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã de pai, aos seis anos. A corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da Itália, do qual enviuvou três anos depois. Ele morreu defendendo o trono, que acabou usurpado pelo inimigo vizinho, rei Berenjário.

Então, a rainha Adelaide foi mandada para a prisão. Contudo ajudada por amigos leais, conseguiu a liberdade. Viajou para a Alemanha para pedir o apoio do imperador Oton. Esse, além de lhe devolver a corte, casou-se com ela. Assim, tornou-se a imperatriz Adelaide, caridosa, piedosa e amada pelos súditos. Durante anos tudo era felicidade, mas o infortúnio atingiu-a novamente. O imperador morreu e Adelaide viu-se outra vez viúva. Assumiu seu filho Oton II, que aceitava seus conselhos, governando com ponderação. Os problemas reiniciaram quando ele se casou com a princesa grega, Teofânia. Como não gostava da influência da sogra sobre o marido, conseguiu faze-lo brigar com a mãe, por causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia aos conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse o reino.

Escorraçada, procurou abrigo em Roma, junto ao Papa. Depois passou um período na França, na corte de seu irmão, rei da Borgonha. Mas a dor da ingratidão filial a perseguia, Viu também que ele reinava com injustiça, dentro do luxo, da discórdia e da leviandade, devido a má influência de Teofânia. Nessa época foi seu diretor espiritual o abade Odilo, de Cluny. Ao mesmo tempo o abade passou a orientar Odon II.

Após dois anos de separação, arrependido, convidou a mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se reconciliou com filho e a paz voltou ao reino. Entretanto o imperador morreria logo depois. Como o neto de Adelaide, Oton III, não tinha idade para assumir o trono, a mãe o fez. E novamente a vida de Adelaide parecia se encaminhar para o martírio. Teofânia, agora regente, pretendia matar a sogra. Só não morreu, porque Teofânia foi assassinada antes, quatro semanas depois de assumir o governo. Adelaide se tornou a imperatriz regente da Alemanha, por direito e de fato.

Administrou com justiça, solidariedade e piedade. Trouxe para a corte as duas filhas de sua maior inimiga e as educou com carinho e proteção. O seu reinado foi de obrigações políticas e religiosas muito equilibradas, distribuindo felicidade e prosperidade para o povo e paz para toda a nação.

Nos últimos anos de vida Adelaide foi para o convento beneditino de Selz, na Alsácia, que ela fundara, em Strasburgo. Morreu ali com oitenta e seis anos de idade, no dia 16 de dezembro de 999.

Santa Olímpia, Viúva



17 de dezembro


(+ Bitínia, Ásia Menor, 408)
Pertencia à mais alta nobreza bizantina e casou ainda muito jovem com o prefeito de Constantinopla. Enviuvando aos 20 anos de idade, não quis contrair novo casamento, mas resolveu consagrar-se inteiramente a Deus, e utilizou sua imensa riqueza na fundação de um hospital e um orfanato, servidos por religiosas das quais ela era superiora.

Quando São João Crisóstomo, seu diretor espiritual, foi injustamente expulso do Patriarcado de Constantinopla, Santa Olímpia continuou fiel a ele e se recusou a reconhecer o intruso irregularmente nomeado para substituí-lo como patriarca. Foi por isso perseguida e teve sua comunidade dispersada. Partiu para o exílio, onde morreu ainda jovem.

Conversão de São Paulo Apóstolo

25 de janeiro

Seis anos após a Ascensão de Nosso Senhor, o grande chefe e articulador da perseguição contra a Igreja era o fariseu Saulo de Tarso. Inesperadamente derrubado do cavalo, apareceu-lhe Jesus Cristo e perguntou: -- "Saulo, Saulo, por que Me persegues?" Ao levantar-se, repentinamente transformado pela graça, tinha início a obra extraordinária do grande São Paulo, que escreveu Epístolas inspiradas e levou a Fé católica a toda a bacia do Mediterrâneo.

A Cidade e o Estado de São Paulo o têm como especial protetor.

O apóstolo Paulo é talvez o personagem do Novo Testamento que melhor conhecemos, através de suas epístolas e dos Atos dos Apóstolos, que se confirmam e se completam, apesar de alguns pormenores divergentes. Assim é possível estabelecer uma cronologia da vida do apóstolo.

Nascido em Tarso, na Cilícia, pelo ano 10 de nossa era, de uma família judaica da tribo de Benjamin, mas ao mesmo tempo cidadão romano; recebeu, desde a infância, em Jerusalém, de Gamaliel, uma séria formação religiosa segundo as doutrinas dos fariseus. Foi perseguidor da jovem Igreja cristã e esteve presente na morte de Estevão. Teve uma conversão súbita no caminho de Damasco, devido à aparição de Jesus ressuscitado, que lhe indicou a sua missão especial de apóstolo dos gentios ou pagãos, ou seja dos não-judeus. Isso se deu provavelmente no ano 36.

E é exatamente esse o fato que se recorda no dia de hoje, dedicado à sua conversão (At 9,3-19;1,12.15ss.;Ef 3,2s.).

A partir desse momento ele dedica toda a sua vida ao serviço de Cristo. Depois de uma temporada na Arábia e do seu regresso a Damasco, começa a pregar. Sobe a Jerusalém pelo ano 39, depois retira-se para a Síria-Cilícia, de onde é reconduzido para Antioquia por Barnabé, com o qual realiza a sua primeira missão apostólica, entre os anos 45 e 49, em Chipre, Panfília, Pisídia e Licaônia. Foi então que começou a usar o nome grego de Paulo, preferentemente ao judaico Saulo.

No ano 49, 14 anos após a sua conversão, vai a Jerusalém para participar do concílio apostólico, onde foi aceita a tese de que a lei judaica não obrigava aos cristãos convertidos do paganismo. Sua morte se deu em Roma pelo ano 67.

(Cf PALACÍN S.J., Carlos; PISANESCHI, Nilo. Santo nosso de cada dia, rogai por nós!, São Paulo: Loyola, 1991)


Oração à São Paulo
Ó grande apóstolo São Paulo, mestre dos gentios, corajoso, seguidor de Cristo, destemido evangelizador, fundador de comunidades, dai-nos este espírito de apóstolo de vosso Mestre Jesus, a fim de que possamos dizer a todos - "Já não sou eu quem vivo, mas é o Cristo que vive em mim".

Iluminai a todos os povos com a luz do Evangelho, que com tanto amor testemunhastes, procurando estabelecer no mundo, o Reino da justiça e de amor do vosso Mestre. Suscitai muitas vocações missionárias, que a vosso exemplo, levam Cristo a todos os povos. São Paulo apóstolo, rogai por nós.
Amém!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

São Francisco de Sales, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja


24 de janeiro (+ Lyon, 1622)
Bispo de Genebra, enfrentou vitoriosamente, em controvérsias públicas, os mais reputados teólogos protestantes.

Pela pregação, pelos escritos e pelo aconselhamento espiritual realizou prodígios de apostolado.

Escreveu diversas obras de espiritualidade.

Fundou, com Santa Joana de Chantal, a Ordem das Visitandinas.

É padroeiro dos jornalistas católicos.

"Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi" Jo 15,16a.

A festa do Santo de hoje é-nos muito querida. Trata-se de São Francisco de Sales. Esse santo oferece-nos a mais perfeita lição do quanto se pode conseguir pela bondade e pela doçura.
Foi Bispo de Genebra, na Suíça, tendo vivido entre 1567 e 1622. Viu-se logo cercado pelos calvinistas que, naquele tempo, eram tomados por uma grande aversão contra tudo o que fosse católico. Ao invés de brigar e de se entregar à oposição, S. Francisco de Sales preferiu seguir o caminho de um humanismo suave. Fez valer esta máxima: "Mais moscas se caçam com um pingo de mel do que com um barril de vinagre".

Mas não é só isso que nos ensina o santo que lembramos nesta data. Ele passou a vida escrevendo. E hoje, é patrono dos jornalistas. Seus dois livros - "Tratado do Amor de Deus" e "Introdução à Vida Devota" lêem-se em nossos dias com a mesma facilidade e interesse como no tempo em que foram escritos.

Fundou a Ordem da Visitação e foi capaz de interpretar o que Deus deseja e o que está no íntimo de cada coração humano.

Ao lembrarmos a figura dos santos de hoje sentimo-nos convidados a integrar o mundo de Deus e o mundo dos homens num único grande amor: Cristo, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
in Evangelho Quotidiano

Assim diz São Francisco de Sales sobre o purgatório:


1 - As almas alí vivem uma contínua união com Deus.

2 - Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.

3 -Purificam-se de forma voluntária, amorosamente, porque assim o quer Deus.

4 - Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.

5 - São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.

6 - Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.

7 - São consoladas pelos anjos.

8 - Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.

9 - As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.

10 - Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.

11 - O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.

( Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

São Mário, Santa Marta, Santo Audifax e Santo Ábaco


19 de Janeiro

A Igreja comemora hoje São Mário, Santa Marta, Santo Audifax e Santo Ábaco, que sairam da Pérsia e vieram em peregrinação até Roma, para rezar no túmulo dos mártires. Apesar de poucos documentos que comprovem a história desses santos, ainda hoje todo o mundo festeja a prova de fé dada por esta família.

Há quem afirme que São Mário e Santa Marta eram casados, e Audifax e Ábaco, seus filhos. Não temos nada que possa comprovar historicamente.

Durante esta viagem São Mário ajudou várias famílias cristãs, dando sepultura digna aos seus entes queridos mortos pelas perseguições. Foram mais de 260 mártires, cujos corpos jaziam insepultos. Foram apanhados pelos soldados do imperador Cláudio II enquanto cumpriam este dever cristão. Presos, recusaram-se a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos e não renunciaram à fé cristã.

São Mário, Audifax e Ábaco foram martirizados e mortos na via Cornélia, e os corpos incinerados para que nenhum fiel pudesse recolher seus restos mortais e celebrar sua memória.

Já Santa Marta foi condenada à morte por afogamento. Hoje, no local do ocorrido, ainda existem as ruínas de uma antiga igreja, construída para reverenciar os quatro Santos.

São Canuto IV, Rei e Confessor


19 de janeiro (+ Dinamarca, 1086)
Rei da Dinamarca e grande devoto de Nossa Senhora. Depois de ter levado uma vida exemplar, foi assassinado por súditos revoltados porque instituíra um imposto em proveito de obras de caridade.

Canuto IV era o filho ilegítimo do rei Sven II, tendo sucedido o seu irmão Harald III. Casou-se com Adela da Flandres, filha de Roberto I, conde da Flandres, e teve um filho, Carlos, que se tornou conde da Flandres.

Canuto pretendia estabelecer uma forte autoridade real com base numa igreja poderosa. Ele considerou ser seu o título de Rei da Inglaterra, já que era o sobrinho-neto do rei Canuto, o Grande, que reinou a Inglaterra, a Dinamarca e a Noruega entre 1016 e 1035. Canuto IV tentou forçar os camponeses da Jutlândia a participar numa invasão à Inglaterra. No entanto, esta acção provocou antes uma rebelião que culminou com o regicídio de Canuto na igreja de S. Alban, em Odense. Na mesma, morreram o seu irmão Bento e 17 dos seus seguidores. Em 1101, Canuto IV foi canonizado e em 1300, ele e o seu irmão foram enterrados na nova catedral de S. Canuto.

Após a expansão do Luteranismo, e apesar da sua canonização, Canuto foi visto como um tirano que explorava o povo e foi assassinado pelo mesmo em busca da sua liberdade. Esta interpretação da História é predominantemente vista em escrita de influência liberal e esquerdista. No entanto, os camponeses da Dinamarca medieval tinham liberdade e influência política, ao contrário do feudalismo continental europeu. É de notar que Canuto IV seguia contudo uma linha absolutista, à qual a Dinamarca não tinha sido exposta devido à grande resistência a influências provindas da zona do Mediterrâneo, em reinados anteriores.

São Sebastião, Mártir

20 de janeiro (+ Roma, 288)

Mártir cristão, nascido segundo alguns em Milão, cidade de sua mãe, e segundo outros em Narbona, terra natal de seu pai, São Sebastião passou a maior parte de sua vida em Roma.

Servindo o imperador Diocleciano, Sebastião era um soldado do exército romano mas também um cristão que procurava divulgar a sua fé. Numa altura em que os cristãos eram perseguidos, acabou por ser denunciado e preso pelas tropas romanas.

O imperador Diocleciano tentou levar Sebastião a renunciar à fé cristã. Mas os seus esforços foram em vão e o jovem soldado foi condenado à morte. Sebastião foi amarrado a uma árvore e vários arqueiros atiraram sobre si. Crivado de flechas, São Sebastião foi encontrado por Irene, uma cristã, que, ao retirá-lo da árvore onde seus algozes o haviam amarrado, verificou que o mártir ainda estava vivo. A mulher levou-o para sua casa, onde Sebastião se restabeleceu em poucos dias.


Uma vez restabelecido e apesar das súplicas dos cristãos, São Sebastião decidiu apresentar-se ao imperador para cumprir a sua pena. Diocleciano não hesitou e ordenou que o mártir fosse açoitado até morrer. Cumprida a sentença, o cadáver de São Sebastião foi atirado na cloaca de Roma, onde, uma vez mais, seria descoberto por uma mulher. Desta feita, tratava-se de Lucina, a quem o santo apareceu em sonho, pedindo que o sepultasse nas catacumbas, ao lado dos apóstolos.

Próximo de sepultura de São Sebastião, junto à Via Ápia em Roma, foi posteriormente construída uma basílica em sua honra. Durante a Idade Média, este templo tornou-se num centro popular de devoção e peregrinações.

Invocado como protector contra a peste, a guerra e a fome, São Sebastião sempre foi alvo de grande devoção por parte dos portugueses. Devoção essa que foi ainda mais reforçada pelo facto do rei D. Sebastião, cujo nascimento evitou a união entre as coroas portuguesa e espanhola, ter nascido a 20 de Janeiro, dia em que se celebra o mártir.

--- Essa música é linda!! ---

Titulo da Música: Milagre Da Flecha
Artista: Moacir Franco

Era alta madrugada, já cansado da jornada, eu voltava pro meu lar
Quando apareceu no escuro, me encostando contra o muro, um ladrão prá me assaltar
Com o revólver no pescoço, eu expliquei pro moço, tenho filho prá criar
Sou arrimo de família, leva tudo, me humilha, mas não queira me matar

(refrão) Ave Maria aleluia, ave Maria

Mas o homem sem piedade, um escravo da maldade, começou me maltratar
Prá ver se eu tinha medo, antes de puxar o dedo, ele me mandou rezar
Eu nunca tinha rezado, eu que era só pecado, implorei por salvação
Elevei meu pensamento, descobri neste momento, o que é ter religião

(refrão)

Um clarão apareceu, minha vista escureceu, e o bandido desmaiou
E morreu não teve jeito, com uma flechada no peito, sem saber que atirou
Nesta hora agente grita, berra, chora e acredita, que o milagre aconteceu
De joelho na calçada, peguntei com voz cansada, quem será que me atendeu

(refrão)

Já estava amanhecendo, a alegria me aquecendo, quando entrei na catedral
Cada santo que eu via, eu de novo agradecia, e jurava ser leal
Vejo o santo de passagem, não me toque nas imagens, me avisou o sacristão
Pois lá ninguém explicava, uma flecha que faltava... na imagem de São Sebastião

(refrão)

Santa Inês - virgem e mártir


21 de Janeiro

"Quem não carrega a sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo" Lc 14,27

A Igreja venera hoje uma santa muito conhecida e amada: Santa Inês.

Ela é, sem dúvida, a mais famosa de todas as virgens e mártires dos primeiros tempos do cristianismo. Viveu por volta de 304-306. Sua lembrança e seu culto nunca foram interrompidos.

Na idade de treze anos, recebeu uma proposta de casamento por parte do filho do prefeito de Roma, apaixonado pela sua beleza. Inês pertencia à nobreza romana. Mas era, acima de tudo, cristã. E queria dar a Cristo todos os seus dons, juntamente com a vida.

No início quiseram diálogo, depois foi presa, torturada e arrastada para adorar um ídolo, além de ser jogada numa zona de prostituição, onde nada aconteceu, pois: "Jesus Cristo vela sobre a vida e a pureza... Ele é meu defensor e abrigo. Podes derramar o meu sangue, nunca, porém, conseguirás profanar o meu corpo, que é consagrado a Cristo!"

Conta a história que, por vingança, ela foi condenada à fogueira. E o povo acrescenta que o fogo não tocou nem mesmo os seus longos e belos cabelos. Decidiram então os algozes decepar-lhe a cabeça. Só então ela morreu. Ou melhor, não morreu, mas passou definitivamente para a verdadeira Vida, com Cristo, no Reino do Pai.

O Papa São Dâmaso escreveu sobre Santa Inês, exaltando-lhe as virtudes e propondo-a como modelo para as jovens cristãs de todos tempos.

O Evangelho, bem o sabemos, leva os jovens a fazerem a sua grande opção. Tudo receberam de Deus! Tudo a Deus podem dar!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Santa Prisca (ou Priscila), Virgem e Mártir



18 de janeiro


(+ Roma, séc. I)
Segundo alguns autores, tinha apenas 13 anos quando São Pedro a batizou, em Roma.
Sofreu pouco depois o martírio, por não ter sacrificado aos deuses pagãos.
É considerada a primeira mártir do Ocidente.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Santo Antão


“Não temo a Deus. Eu o amo. E o amor afugenta o medo”.

Antão tinha 105 anos quando morreu em 17 de janeiro de 356. Era ainda forte e vigoroso, trabalhava todos os dias, vivia em penitência e jejum. Mas seu rosto era jovem, alegre e completamente sereno.

Essa serenidade advinha de uma longa existência em busca da intimidade de Deus. Antão era um jovem e rico camponês egípcio que, certo dia, ouviu o convite evangélico á perfeição: “Se quiseres ser perfeito, vai, vende tudo e dá aos pobres”. Foi o que fez, elegendo o deserto como sua casa. Vive aí na maior pobreza, tecendo cestos de palha e rezando. Não teve estudos, mas era de rara inteligência espiritual, tornando-se, para muitos de sua época e do futuro, mestre, conselheiro e exemplo.

Antão é famoso pelas tentações que enfrentou, tão criativamente retratadas por artistas de todos os séculos. Essas tentações de todos os tipos revelam um homem decidido, humilde e confiante em Deus e formam um homem de Deus aberto e acolhedor, misericordioso e compreensivo, profundamente livre.

Rezemos

Senhor que chamas teu servo Antão para o deserto e que permites que seja tentado, infunde em nosso espírito sua confiança e sua fé. Não permitas que nos dobremos às tantas tentações que os nossos dias chamam de prazer, consumismo, liberalidade, liberdade, mas cria em nós um coração generoso e criativo no amor, disponível e acolhedor, simples e misericordioso. Que a exemplo de Antão, busquemos em ti a felicidade que não se acaba, o sol que não se põe, a vida que não morre.
Amém.

Santo Antão Abade, Confessor
(+ Egito, 356) Também conhecido como Santo Antônio do Deserto. Aos 20 anos distribuiu aos pobres toda a sua fortuna e foi entregar-se à oração e à penitência no deserto, onde sofreu rudes ataques do demônio. Reuniu numerosos discípulos e foi chamado ' Pai dos monges cristãos '. Faleceu aos 105 anos de idade.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

São Mauro, Confessor



15 de janeiro

(+ Subiaco, 584)

São Mauro, mais conhecido na tradição luso-brasileira como Santo Amaro, tinha apenas 12 anos quando seu pai, um senador romano, o entregou a São Bento para ser educado no temor de Deus.

Era considerado um perfeito discípulo de seu mestre e, sendo ainda muito jovem, recebeu dele encargos de grande responsabilidade. Certa ocasião caminhou sobre as águas para salvar o menino São Plácido, que estava se afogando.

São Mauro foi um discípulo de São Benedito. Seu pai era um nobre romano de nome Equitius colocou o menino Maurus de 12 anos aos cuidados de Benedito de Nursia ( conhecido no Brasil como São Bento) em 522DC ,quando este estava ainda em Subiaco.

O jovem cresceu obediente a regra de São Benedito e um modelo de monge.

São Gregório, o magno, conta a historia de Plácido, um companheiro monge, filho de um senador de nome Tertulius que caiu no lago quando foi buscara água e foi carregado pela correnteza.

Orando em sua cela, São Benedito viu o fato em espirito, e enviou Maurus para salva-lo.

Maurus obedeceu imediatamente e é dito que Maurus andou sobre as águas sem notar o fato e pegou Plácito pelos cabelos sem se afogar. Maurus atribuiu o milagre as orações de São Benedito, mas o santo abade dizia que o milagre era devido a obediência do discípulo.

Diz a tradição que Tertulius deu a Benedito o terreno em Monte Cassino onde ele construiu o seu primeiro monastério, em agradecimento a ter salvo seu filho Plácido.

Quando Benedito foi para Monte Cassino por volta de 525 ele deixou Maurus encarregado dos monastérios em Subiaco. A lenda diz que São Maurus foi o fundador e Abade do Mosteiro de Glanfeuil na França.

São Maurus é representado arte litúrgica da Igreja como um jovem beneditino andando sobre as águas para salvar Plácido; também é mostrado como um Abade beneditino, um livro e o báculo pastoral.

São Mauro faleceu em 580 DC de causas naturais.

Ele é invocado contra resfriados.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

14 de Janeiro - Dia do Enfermo


Outro dia, conversando com uma pessoa de muita santidade e que se encontra doente e impossibilitada de andar há alguns anos, ouvi – da humildade de sua expressão sempre sincera e dócil – a seguinte frase: “Às vezes, fica muito difícil rezar...”

Conhecendo-lhe a infinita paciência e bondade, não tive o que responder, a não ser: “Tem a Comunhão dos Santos...” E me calei diante desse mistério que se chama sofrimento, que se agiganta quando se lança no amplexo do Cristo crucificado.

Hoje é dia dos enfermos. E, muitas vezes, o tempo de enfermidade é longo, dura muito, não termina nunca. A medicina e a ciência procuram remédios, terapias, vacinas, mas ainda não descobriram a pílula da paciência... paciência para quem está doente, paciência para quem cuida do doente, paciência para quem visita o doente...


De uma maneira quase geral, ninguém gosta de ficar doente ou de ficar perto de doente. Acontece, muitas vezes, quando numa casa alguém cai doente – sobretudo com aquelas doenças longas que, talvez, nem tenham cura – os “amigos” desaparecem, os parentes rareiam e a companhia telefônica torna-se a grande culpada do telefone sempre com defeito, sempre ocupado pelos telefonemas nunca feitos.

Nossa civilização, nossa boa educação, nossa caridade, às vezes, esbarra no medo... somos realmente frágeis... mesmo em perfeita saúde...

Conheci num hospital um senhor – ex-advogado de uma grande firma – que após um derrame cerebral, estava há três anos internado. Ocupava um apartamento sozinho, era muito bem cuidado e ... completamente abandonado pela mulher e pelos filhos que o visitavam uma vez por mês, mas que continuavam a brigar judicialmente com o plano de saúde para que ele ali ficasse.

Quando o vi pela primeira vez, fiquei impressionado com a saúde de seu corpo e com o desamparo de seu olhar e senti vergonha.

Neste dia dos enfermos, rezemos por eles, para que se fortaleçam na Comunhão dos Santos, e rezemos por nós, para que aprendamos com eles.

http://www.fatima.com.br/interna_Exibe.asp?mn=462&id=2023&ct=462&nt=2023
Esse site é lindo!!!! http://www.fatima.com.br/

Santo Hilário de Poitiers, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja



Comemora-se em 13 de janeiro...
Hilário era francês, acredita-se que tenha nascido no ano 315. Durante anos buscou na filosofia as respostas para seus questionamentos em busca da Verdade. Mas só as encontrou no Evangelho e então se converteu ao cristianismo.


Por levar uma vida santa ao lado de sua esposa e filha, assim como pelos conhecimentos intelectuais e espirituais, povo e clero, o elegeram bispo.


Era uma decisão difícil, pois tinha que, obrigatoriamente abandonar a família para abraçar o clero. Aceitou a incumbência e foi consagrado bispo de Poitiers e lutou vigorosamente contra o arianismo, que negavam a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi por isso chamado "o Atanásio do Ocidente".


Como Santo Atanásio foi perseguido e exilado. Escreveu numerosos livros sobre a Santíssima Trindade

São Félix de Nola, Confessor



Comemora-se em 14 de janeiro
De origem síria, era sacerdote.

Natural de Nola, abraçou o serviço apostólico desde muito jovem. Quando seu pai morreu, Felix distribuiu sua herança entre os pobres e foi ordenado sacerdote por São Máximo, Bispo de Nola.

Ao iniciar uma cruel perseguição conta a Igreja, Máximo fugiu para o deserto para continuar a serviço de seu rebanho. Ao não ser encontrado pelos soldados romanos, Felix, que o substituía em seus deveres pastorais, foi preso, açoitado, carregado de correntes e trancado num calabouço.

Aprisionado por ocasião das perseguições de Décio e Valeriano, sofreu com inquebrantável firmeza diversos suplícios, até que foi libertado do cárcere por um Anjo. Mais tarde, recusou por humildade o Bispado de Nola.

Embora não tenha sido morto por ódio à fé, é chamado de mártir pelo muito que sofreu por amor a Jesus Cristo.

Morreu no meio da pobreza e o serviço aos mais necessitados, a pesar de ser eleito bispo de Bispo de Nola.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

São João Câncio, Confessor


Comemora-se em 23 de dezembro

(+ Cracóvia, 1473)



João Câncio era polonês, nasceu em 23 de junho 1390, no povoado de Kenty, viveu sempre em sua cidade, Cracóvia.

Lá, conquistou todos os graus acadêmicos e lecionou em sua principal universidade até à morte. Mas a grande preocupação de seu magistério era transmitir aos alunos os conhecimentos "não à luz de uma ciência fria e anônima, mas como irradiação da ciência suprema que tem sua fonte em Deus".

Ao perceber a proximidade da morte, distribuiu os poucos bens que possuía aos pobres, falecendo às vésperas do Natal, em 24 de dezembro 1473.

Foi canonizado por Clemente II em 1767.

Santo João Câncio, antes era celebrado no dia 20 de outubro, agora sua festa acontece um dia antes daquele que marca sua morte.

Santa Catarina de Laboure



Nasceu na França em 2 de maio 1806, nona filha de 11 irmãos.

Um dia teve uma visão de São Vicente de Paulo que disse a ela que Deus queria que ela trabalhasse com os doentes, e assim ela aos 23 anos entrou na Ordem da Irmãs de Caridade de São Vicente de Paula, e em 1839 se lhe apareceu a Virgem que a convidou a difundir uma medalha conhecida como a "medalha milagrosa"( Virgem da Medalha Milagrosa ou Nossa Senhora das Graças) junto com a frase " Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós ".

Na tarde de sábado, dia 27 de novembro de 1830, véspera do 1° Domingo do Advento, em Paris, na capela das Irmãs de Caridade de São Vicente de Paula, a noviça Irmã Catarina Labouré, teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma pequena cruz de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções, e num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa
"A Virgem Santíssima - disse Irmã Catarina - baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: "Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular... Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem". Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO, ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS. Ouvi, então, uma voz que me dizia: "Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança". Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo do M, os dois Corações, de Jesus e de Maria; o de Jesus, com uma coroa de espinhos e o de Maria atravessado por uma espada; contornava o quadro uma coroa de doze estrelas.

Irmã Catarina disse ainda que a Santíssima Virgem calcava aos pés uma serpente, alusão clara à palavra de Deus a Eva, depois do pecado: "Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3,15)

A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.

O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de "Medalha Milagrosa", ou "Medalha de Nossa Senhora das Graças".

A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha". A primeira medalha foi entregue à Irmã Catarina.

Em 1836, o gravador já havia cunhado mais de 2 milhões de peças.
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é tambem conhecida com Nossa Senhora das Graças.

Catarina de Laboure faleceu em 31 de dezembro de 1876 em Enghien-Reuilly, France. Ela foi canonizada em 27 de julho de 1947 pelo Papa Pio XII.

Seu corpo, ainda incorrupto, está exposto em uma capela na Rue do Bac, Paris.


São Vicente de Paulo


Sua festa é celebrada no dia 27 de setembro.

São Vicente de Paulo fundador dos Lazaristas e das Irmãs de Caridade, é um dos grandes santos franceses.
Nasceu em 1580 em Ranquine, Gasconha, França.

Após estudar com os franciscanos em Dax, ele foi ordenado em 1600 e foi para a Universidade de Toulouse. Cinco anos mais tarde ele estava viajando de barco quando o mesmo foi capturado por piratas e ele foi tomado como escravo. Após dois anos na escravidão ele escapou chegando a Roma e depois alcançou Paris. Ali ele ficou sob a direção influencia do Cardeal Pierre de Berulle .

Vicente se dedicou completamente a caridade e se distinguiu na paroquia de Clichy. Ele fundou confrarias de homens e mulheres que ajudavam os pobres e grande número de doentes.

Essencial para os seus esforços era a doação feita pelos ricos nobres que tornavam possível a fundação de hospitais e orfanatos. Em 1625 Vicente fundou a Confraria das Missões, chamada de Lazaristas ou Vicentinos, uma sociedade de padres com treinamento para pregar junto aos pobres.

Em 1633 com Santa Luiza de Marilac (festa 28 de abril) ele fundou a Ordem das Irmãs de Caridade, a primeira congregação de freiras que podia cuidar de pobres e doentes fora do convento.

Durante a sua vida, os Lazaristas aumentaram muito em número e espalharam-se pelo mundo inteiro. Em 1643 Vicente foi nomeado para o conselho do "Consciente da Rainha Ana da Áustria", regente do Rei Luiz XIV e ele foi responsável para organizar uma trégua durante a guerra de Fronde que varreu a França de 1648 a 1653.

Após longos anos de serviços aos pobres Vicente ficou sendo a consciência do reino, mas ele tinha a oposição dos ricos, que facilmente se esqueciam dos pobres.

Ele morreu em Paris em 27 de setembro de 1660 e foi canonizado pelo papa Clemente VII em 1737. Corpo incorrupto, até hoje ->

Não existe um homem com mais facetas que Vicente de Paulo. Ele é tido por quase todos com o organizador da caridade, que embora exercida por vários, era usualmente mal organizada e falha para gerar um resultado satisfatório.

Ele revolucionou os hospitais da França. Embora pouco tempo antes, São Camilo de Lellis havia fundado uma Ordem de Enfermeiros masculinos na Itália, este era um trabalho que poderia ser mais bem feito por mulheres. E foi Vicente que colocou os hospitais com uma base sistematizada, iniciou o tratamento humano dos lunáticos e ainda foi ele quem descobriu que os menos afortunados eram confinados em São Lazaro.

Ele ainda tomou conta do problema da mendicância, tomou conta da prisão de Salpetriere onde ele cuidava dos escravos das galeras e durante a Guerra dos Trinta Anos e os distúrbios de Fronde ele enviou as Irmãs de Caridade para agirem como enfermeiras nas forças armadas ( hoje um efetivo comum em quase todos os paises). Na verdade São Vicente atuou ou influenciou quase todas as atividades de caridade.

Santa Rita de Cássia

Sua festa é celebrada no dia 22 de maio.

Santa Rita nasceu em Rocca Porena perto de Spoleto, Itália em 1381 e expressou bem cedo o desejo de ser freira.

Seus parentes já idosos insistiram para que ela se casasse com a idade de doze anos com um homem descrito como sendo um homem cruel e rude.

Ela passou 18 anos extremamente infeliz, teve dois filhos e finalmente ficou viúva quando o seu marido foi morto numa briga. Ambos os filhos logo morreram e Rita tentou sem sucesso entrar para o convento agostiniano que havia em Cascia. Ela foi recusada porque pelas regras do convento só se aceitavam virgens.Mas Rita continuou a rezar e a pedir, e uma noite ela foi milagrosamente transportada para dentro do convento com todas as suas enormes portas fechadas e trancadas. Quando as irmãs a viram lá dentro, decidiram que era desejo de Deus que ela fosse aceita e assim em 1413 ela entrou para o Ordem e logo ganhou fama pela sua austeridade, devoção, oração e caridade.

No ano seguinte, ocorreu outro milagre. Havia lhe ordenado a Superiora, em nome da obediência, que regasse todos os dias um pé seco de uva, mas em um ano, já daquele ramo morto brotaram cachos de uvas abundantes e saborosas. E a videira, apesar de velha, de vários séculos, ainda hoje está viçosa.

Certo dia ela recebeu visões e teve ferimentos na testa que pareciam uma coroa de espinhos que seria uma estigmata (provavelmente um dos estigmas de Cristo). Os ferimentos melhoraram de modo a permitir que ele fosse a Roma numa peregrinação em 1450, mas reapareceu logo que ela retornou e com ela ficaram até a sua morte.

Pouco antes de morrer, uma visitante, sua parente, perguntou se queria algo e ela pediu que lhe trouxessem rosas de sua terra natal. "Impossível" disse a parente "agora é pleno inverno". Santa Rita respondeu : " Vá e encontrarás o que peço".Ao chegar a parente, em Rocca Porena, no jardim em frente a sua casa, havia no meio da neve, uma bela roseira com lindas flores de onde colheu as rosas que Santa Rita havia pedido.

Ao falecer outro milagre. Os sinos do mosteiro repicavam milagrosamente sozinhos sem alguem por perto a tocar.

O seu corpo continua incorrupto até a presente data.

Ela morreu em 22 de março em Cascia e muitos milagres foram relatados como sendo devido a sua invocação e intercessão.

Foi canonizada em 1900.

Ela é venerada na Espanha, Estados Unidos, França, Portugal e em outros países como sendo a "santa das causas impossíveis".

No Brasil, ela é a padroeira das causas impossíveis junto com São Judas Thadeu.

Na arte litúrgica da Igreja ela é mostrada com uma freira orando diante de um crucifixo, ou com uma coroa de espinhos, ou recebendo uma coroa de rosas da Virgem Maria, ou recebendo uma coroa de espinhos dos santos. O seu emblema são as rosas. E em alguns locais as rosas são bentas no dia de sua festa.

É protetora contra a esterilidade, e infertilidade e das causas impossíveis, e padroeira das viúvas.

Ela é considerada a mais popular das santas. Uma pesquisa feita por um instituto de pesquisa italiano chegou a conclusão ela é a mais popular de todas as santas.

Santa Bernardete


Também conhecida como Santa Maria Bernadete e Santa Bernadete Soubirous

Nasceu em 7 de janeiro de 1844 em Lourdes, França. A mais velha de seis filhos de uma família muito pobre chefiada por Francois e Louise Casterot.

Ela serviu como empregada de 12 aos 14 anos.Depois foi pastora de ovelhas.

Em 11 de fevereiro de 1858, mais ou menos na época de sua primeira comunhão ela recebeu uma visão da Virgem.

Ela recebeu 18 novas visões nos próximos cinco meses e foi levada a uma fonte de água que curava.

Texto de uma carta de Santa Bernadete.

“Eu tinha ido com duas outras meninas na margem do rio Gave quando eu ouvi um som de sussurro. Olhei para as arvores e elas estavam paradas e o ruído não eram delas.

Então eu olhei e vi uma caverna e uma senhora vestindo um lindo vestido branco com um cinto brilhante. No topo de cada pé havia uma rosa pálida da mesma cor das contas do rosário que ela segurava.

Eu queria fazer o sinal da cruz, mas eu não conseguia e minha mão ficava para baixo. Aí a senhora fez o sinal da cruz ela mesma e na segunda tentativa eu consegui fazer o sinal da cruz embora minhas mãos tremessem. Então eu comecei a dizer o rosário enquanto ela movia as contas com os dedos sem mover os lábios”.

Quando eu terminei a Ave Maria, ela desapareceu.

Eu perguntei as minhas duas companheiras se elas haviam notado algo e elas responderam que não haviam visto nada. Naturalmente elas queriam saber o que eu estava fazendo e eu disse a elas que tinha visto uma senhora com um lindo vestido branco, embora eu não soubesse quem era. Disse a eles para não dizer nada sobre o assunto porque iriam dizer que era coisa de criança. Voltei no domingo ao mesmo lugar sentindo que era chamada ali.

Na terceira vez que fui à senhora reapareceu e falou comigo e me pediu para retornar todos os próximos 15 dias. Eu disse que viria e então ela disse para dizer aos padres para fazerem uma capela ali.

Ela me disse também para tomar a água da fonte. Eu fui ao rio que era a única água que podia ver. Ela me fez realizar que não falava do rio Gave e sim de um pequeno fio d’água perto da caverna. Eu coloquei minhas mãos em concha e tentei pegar um pouco do liquido sem sucesso. Aí comecei a cavar com as mãos o chão para encontrar mais água e na quarta tentativa encontrei água suficiente para beber. A senhora desapareceu e fui para casa.

Voltei todos os dias durante 15 dias e cada vez, exceto em uma Segunda e uma Sexta a Senhora apareceu e disse-me para olhar para a fonte e lavar-me nela e ver se os padres poderiam fazer uma capela ali. Disse ainda que eu deveria orar pela conversão dos pecadores. Perguntei a ela, varias vezes, o que queria dizer com isto, mas ela somente sorria. Uma vez finalmente, com os braços para frente, ela olhou para o céu e disse-me que era a Imaculada Conceição. Durante 15 dias ela me disse três segredos que não era para revelar a ninguém e até hoje não os revelei.”

Mais tarde mudou-se para uma casa do Convento das Irmãs de Nevers em Lourdes onde ela vivia, trabalhava, aprendeu a ler e a escrever. As irmãs cuidavam dos doentes e indigentes e quando Bernadete fez 22 anos foi admitida na Ordem.

Sempre muito doente ela morreu enquanto orava a Virgem Maria.
Faleceu em 16 de abril de 1879 em Nevers, França.
O corpo de Maria Bernadete permanece incorruptível.

Foi canonizada pelo Papa Pio XI em 1933.
Desde que apareceu a Santa Bernadete em 1858 mais de 200 milhões de pessoas visitaram o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes.

Dois casos historicamente mais recentes de preservação incomum de cadáveres de santos são os casos de Santa Bernadette e São Charbel Makhlouf.

Ela morreu no convento de Santo Gildard, em Nevers - França, em 1879 sendo enterrada na cripta da capela. Em 1909, uma comissão encarreagada de investigar a santidade da religiosa, procedeu à exumação de seu corpo tendo como testemunhas um bispo e dois médicos.

Os trabalhos no túmulo foram feitos por dois pedreiros e dois carpinteiros. Eles encontraram o corpo da Santa em perfeito estado. Uma freira, que assistira ao enterro, 30 anos atrás, notou uma única diferença: o hábito de Bernadette estava úmido.

Sepultada, foi novamente exumada em 1919 sob as vistas de testemunhas leigas e religiosas. Os médicos que examinaram o corpo escreveram: "Quando o caixão foi aberto o corpo parecia estar absolutamente intacto e sem nenhum odor post mortem.
Não havia cheiro de putrefação e nenhum dos presentes experimentou qualquer desconforto".

Uma terceira exumação foi feita em 1923 e o cadáver encontrava-se nas mesmas condições.

Desta vez, o corpo foi aberto (necropiciado) e os orgãos internos estavam flexíveis. Um médico escreveu: "O fígado estava leve e sua consistencia era praticamente normal".

São Charbel Makhlouf, Confessor


Comemora-se em 24 de dezembro


(+ Líbano, 1898)
Sacerdote católico de rito maronita, passou a maior parte da vida como monge contemplativo e solitário, praticando jejuns e penitências, em contínua oração. Recebeu de Deus o dom de fazer milagres. Sua vida maravilhosa nada fica a dever às dos antigos monges do deserto da fase áurea do monaquismo oriental.


Ele nasceu em 8 de maio de 1828 em Bek-Kafra, Líbano como José Zaroun Makhouf. Filho de um dono de mulas foi criado por um tio que se punha a piedosa vocação dele.

O seu livro favorito era a "Imitação de Cristo" de Thomas Kempis.

Com 23 anos ele tomou o nome de Charbel em memória do mártir do século segundo, e entrou no Mosteiro Maronita em Annaya.Em 1853 tomou seus votos solenes e foi ordenado monge em 1859.

Ele vivia uma vida de monge modelo, mas sonhava em ser um eremita no deserto. Assim ele se tornou um eremita de 1875 até 23 anos mais tarde vivendo com o mínimo de comida e água.

Ganhou uma grande reputação de santo e vários pessoas de todas as classes iam até ele para receber seus conselhos .Ele tinha uma grande devoção a Sagrada Eucaristia e era conhecido como pessoa que levitava durante as suas preces e curava vários doentes apenas com a sua benção.

Vários outros milagres foram atribuídos a sua intercessão ele após sua morte incluindo alguns períodos em 1927 e em 1950 quando um suor saia de sua pele em seu corpo incorrupto. Assim sua tumba se tornou um local de peregrinação de libaneses e não libaneses e de cristãos e não cristãos de todas a nacionalidades.

Faleceu em 24 de dezembro de 1898. Foi beatificado em 1965 e canonizado em 1977 pelo Papa Paulo VI.

Depois de sua morte, durante 45 noites, estranhas luzes pairavam sobre sua sepultura. Ocorre que 45 dias era o tempo tradicionalmente considerado como período suficiente para a decomposição de um corpo.

Com as aparições das luzes, as autoridades monásticas decidiram proceder à exumação. O corpo foi encontrado em perfeito frescor, embora o local tivesse sido castigado por chuvas recentes que praticamente reduziram o cemitério a um lamaçal de tal modo que o cadáver estava, de fato, imerso em uma camada de água terrosa.

Charbel teve suas roupas trocadas e foi transferido para um outro caixão de madeira mas, antes do sepultamento, um estranho sangue oleoso começou a exudar do corpo. O fluido era tão abundante que as roupas tiveram de ser trocadas duas vezes em duas semanas.


Em 1927 - 29 anos depois de sua morte - ele continuava incorrupto e, submetido a um exame, mostrava-se flexível. Mesmo assim, foi sepultado em uma antiga igreja, em Abbey.

Em 1950, peregrinos em visita ao santuário notaram um líquido vazando da tumba e o caixão foi aberto mais uma vez. O corpo continuava conservado porém exudando o estranho óleo. Muitas curas miraculosas foram atribuídas a essa substância desconhecida.

Charbel permaneceu intacto por 67 anos; finalmente, em 1965, começou a apresentar os primeiros sinais de decadência.

Santo Higino


A Igreja comemora no dia 11 de janeiro a festa do Papa Santo Higino, sucessor de São Telésforo. Governou a Igreja Católica com muita determinação e coragem, frutos de sua fé e constantes lutas no empreendimento do plano da Salvação. Como não poderia deixar de ser, seu destino foi o martírio, característica que marcou a ferrenha evangelização de seus predecessores.


Ao longo dos tempos foram surgindo muitos e poderosos inimigos da verdadeira fé, mas também o Senhor fez surgiu ao mesmo tempo grandes e valorosos santos e sábios para guiar o Seu povo. Desses faz parte Santo Higino. Oriundo de Atenas e filho de um filósofo, foi chamado por Deus a ser Papa entre os anos de 136 e 140.

Era grego de Atenas e quando assumiu a cadeira apostólica, reinava o imperador Antônio Pio. Os inimigos da Igreja a perseguiam implacavelmente, pois sentiam que a adoração dos seus deuses e ídolos corriam grave risco de serem abandonados, ante a constante e crescente difusão dos princípios da sã doutrina.

A malignidade os hereges, ao mesmo tempo, tentava de todas as maneiras semear a cizânia no campos do Senhor, para confundir e corromper a pureza da santa doutrina assimilada pelos fiéis católicos.

Praticamente todos os inimigos declarados da Santa Religião de Cristo, já haviam estabelecido-se em Roma a fim de envenenar a fonte da doutrina evangélica e por isto, chegaram eles a fazer progressos. Usando de diversas modalidades e artifícios, por trás de uma máscara de piedade, conseguiram arrastar adeptos que deixaram-se emaranhar nas malhas do erro e da perdição. Marción, famoso hersiarca já separado da Igreja, não podendo ser admitido na comunhão dos fiéis, precipitado pela heresia de Cerdon, enganou a muitas pessoas ingênuas, usando aparência de piedade e virtude.
Mesmo sabendo das conseqüências que isso acarretaria, Santo Higino combateu publicamente contra os hereges e converteu muitas pessoas ao retorno da doutrina imaculada. São Justino, luz brilhante de seu século, também muito lhe auxiliou nos progressos que obteve nesta luta. Acabou sendo martirizado algum tempo depois em função da ditosa participação nas empresas do grande Pontífice.

Santo Higinio empreendeu também a reforma do clero, definindo os respectivos graus hierárquicos. Ainda que estivessem estabelecidos desde os tempos apostólicos, com vários regulamentos posteriores de disciplina, uns acabaram sendo confundidos, outros relaxados. Restituiu, assim, sua perfeição, ordenando cada um dos graus eclesiásticos e as suas respectivas funções. Estabeleceu ainda muitos decretos, especialmente os que tratam dos ritos e cerimônias na celebração do Santo Sacrifício. Introduziu as figuras do padrinho e da madrinha no rito do Batismo. Igualmente mandou que para na consagração de novos templos, fosse celebrado, antes de tudo, o sacrifício da Missa, e ainda, que as igrejas não fossem erigidas nem demolidas sem expressa licença dos bispos. Proibiu que fosse cedido para usos profanos, qualquer coisa que se relacionasse com o culto divino. Ordenou quinze presbíteros, cinco diáconos e sete bispos para diferentes igrejas.


Por muito tempo, suspirou nosso Santo pela coroa do martírio. O ardente zelo que demonstrou em todas as suas ações e providências em dilatar o reino de Jesus Cristo, fez com que o imperador Antônio Pio decretasse sua execução, ocorrida no dia 11 de janeiro. Seu corpo foi sepultado ao lado do Príncipe dos Apóstolos.

Reflexões:


Santo Higino é o 9º Papa da Igreja a receber, como seus predecessores, a coroa gloriosa do martírio. As paredes da Santa Igreja, levantadas sobre pedra firme, foram sendo lavadas e purificadas com o sangue dos nossos Papas e de inúmeros fiéis da Igreja primitiva. E foi assim que, durante a história da Igreja, diversas batalhas foram sendo travadas. Nesta luta, sempre vitoriosa, a Igreja permaneceu imaculada na sua doutrina divina, onde o poder do mal, apesar das constantes investidas, jamais conseguiu prevalecer, conforme a promessa do Divino Mestre. Necessárias e inevitáveis, porém, foram as baixas e o derramamento de sangue dos nossos santos mártires.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Santo Estevão, Protomártir



Comemora-se em 26 de dezembro


(+ Jerusalém, séc.I)
Santo Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos de Jerusalém. Pregava admiravelmente e obtinha numerosas conversões para o Cristianismo, razão pela qual incorreu no ódio dos judeus inimigos da Igreja nascente. Preso e condenado como blasfemo, foi apedrejado. Tem a glória de ser o Protomártir, ou seja, o primeiro mártir que derramou seu sangue por amor a Jesus Cristo.


Santo Estêvão é o primeiro mártir do Cristianismo, sendo considerado santo por quase todas as denominações cristãs: Igreja Católica, Igrejas Ortodoxas e a Comunhão Anglicana. É celebrado a 26 de Dezembro no Ocidente e a 27 de Dezembro no Oriente.

Segundo os
Actos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Segundo Étienne Trocmé, Estevão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o grupo dos 7.

Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfémia, sendo sentenciado a ser apedrejado (Act, 8). Entre os presentes na execução, estaria Paulo de Tarso, o futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos.

O seu nome vem do
grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa - e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé - o protomártir.

Durante os primeiros século do cristianismo, o túmulo de Estêvão achou-se perdido, até que em
415 (talvez pela crescente pressão dos peregrinos que se deslocavam à Terra Santa), um certo padre, de nome Luciano, terá dito ter tido uma revelação onírica de onde se encontrava a tumba do mártir, algures na povoação de Caphar Gamala, a alguns quilómetros a Norte de Jerusalém.

Gregório de Tours afirmou mais tarde que foi por intercessão de Santo Estêvão, que um oratório a ele dedicado, na cidade de Metz, onde se guardavam relíquias do santo, foi o único local da cidade que escapou ao incêndio que os Hunos lhe deitaram, no dia de Páscoa de 451.

Beato Gonçalo Amarante, Confessor






Comemora-se em 10 de janeiro

São Gonçalo é o santo português que, sobretudo no Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de Santo António de Lisboa.

Gonçalo de Amarante, nasceu no lugar de Arriconha, freguesia de tagilde, pertencente ao concelho de Vizela. Em Arriconha não falta, desde tempos imemoriais, a capela dedicada a S. Gonçalo. Os seus pais eram pessoas de nobre linhagem e deram ao seu filho uma esmerada educação cristã não só pela palavra como sobretudo pelos exemplos das suas virtudes cristãs.


Atingido o uso da razão, foi confiado a um douto e virtuoso sacerdote sob cuja direção iniciou os seus estudos.

Chamava a atenção a sua modéstia, o esforço em se aperfeiçoar na prática da vida cristã e os progressos que ia fazendo nos estudos. Entre outros foram estes os motivos principais que moveram o arcebispo de Braga a admiti-lo, como seu familiar, e, sob os auspícios do Prelado, cursou as disciplinas eclesiásticas, vindo a ser ordenado sacerdote e nomeado Pároco da freguesia de São Paio (ou São Pelágio) de Riba Vizela, apesar da sua humildade e resistência.

No desempenho do seu múnus pastoral começou a brilhar na prática das virtudes, sobressaindo no zelo apostólico, na castidade e na prática das obras de misericórdia para com os pobres, gastando a maior parte dos rendimentos da paróquia em aliviar as suas necessidades materiais, sem esquecer as necessidades espirituais do seu rebanho, prodigalizando a todos amor e consolação.
Alimentava no seu coração um desejo ardente de visitar os túmulos dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e os Lugares Santos da Palestina afim de melhor viver as Mistérios da nossa Redenção.

Obtida a licença do seu Bispo, deixou os seus paroquianos ao cuidado de um sobrinho sacerdote, peregrinou primeiro a Roma donde passou a Jerusalém e demais terras da Palestina onde se demorou 14 anos. Entretanto, começou a sentir certo remorso por tão longo abandono da sua paróquia, avivaram-se as saudades da Pátria e dos seus filhos espirituais e veio-lhe ao íntimo o pressentimento dos males espirituais de que padeciam, provocados por tão longa ausência e possível falta de zelo de seu sobrinho. Foram motivos mais que suficientes para regressar apesar dos inumeráveis incómodos e perigos que a viagem supunha.

O seu sobrinho, além de o não aceitar e não reconhecer como verdadeiro e legítimo pároco, escorraçou-o de casa e conseguiu, mediante documentos falsos, provar ao Arcebispo D.Silovestre Godinho que Gonçalo morrera e ser nomeado pároco da freguesia.

Resignado com semelhante atitude, deixou S. Paio de Riba-Vizela e foi-se pregando o Evangelho por aquelas terras até à margem do Tâmega, vindo a encontrar o lugar onde hoje é a cidade de Amarante, então sítio inculto e quase despovoado, mas apto para a vida eremítica.

Construiu uma pequena ermida que dedicou a Nossa Senhora da Assunção, nela se recolheu, saindo, de vez em quando, a pregar nos arredores e consagrando o tempo que lhe sobrava à oração e à penitência.

Sentia, no entanto, necessidade de encontrar um caminho mais seguro em ordem a alcançar a glória eterna. Jejuou uma Quaresma inteira a pão e água e suplicou fervorosamente a Nossa Senhora lhe alcançasse do Senhor esta graça... Diz-se que a Virgem Maria lhe apareceu e lhe disse que procurasse a Ordem em que iniciavam o seu Ofício com a Saudação angélica ou Ave-Maria. Essa Ordem era a dos Pregadores ou Dominicanos.

Encaminhou-se para o Convento de Guimarães da Ordem dos Pregadores, recentemente fundado por S. Pedro González Telmo, grande apóstolo da região de Entre-Douro e Minho o qual lhe deu o hábito e, uma vez feito o noviciado, ao modo daquele tempo, o admitiu à profissão religiosa e, depois de algum tempo lhe deu licença para, com um outro religioso, voltar para o seu eremitério de Amarante, continuando a sua vida evangélica e caritativa.

Com o seu ministério operou muitas conversões, levou o povo à prática de uma autêntica vida cristã, sem esquecer de os promover socialmente em muitos aspectos. Sobressai neste particular a construção de uma ponte em granito sobre o rio Tâmega, angariando pessoalmente donativos em terras circunvizinhas e levando os moradores mais abastados a darem ajuda vultuosa para assim pagarem aos operários.

O povo atribui-lhe muitos milagres, mesmo de ordem material, desde o começo até terminar a construção da referida ponte.

Concluída a ponte, S. Gonçalo viveu ainda alguns anos dedicado à pregação e à vida de oração, enriquecendo-se de virtudes e merecimentos. Reza a tradição que Nossa Senhora lhe revelou o dia da sua santa morte para a qual se preparou com a recepção dos Sacramentos da Igreja.

Descansou santamente no Senhor, a 10 de Janeiro de 1262. O seu venerado corpo, após a celebração das solenes exéquias por sua alma, foi sepultado na referida ermida, continuando a efectuar-se muitos milagres, atribuídos à sua intercessão.

Mais tarde a ermida primitiva construída por S. Gonçalo foi ampliada em igreja. Sobre esta, em 1540, D. João III mandou erguer o sumptuoso templo e convento que ainda hoje existem e que são monumento histórico da cidade de Amarante de que S. Gonçalo pode muito bem ser considerado segundo fundador.

Efectuaram-se três Processos canónicos em ordem à Beatificação e Canonização de S. Gonçalo, o último dos quais foi levado a cabo por D. Rodrigo Pinheiro, Bispo do Porto, por comissão do Papa Pio IV (1561). A instâncias de EI-Rei D. Sebastião, do Arcebispo de Braga, da Ordem dos Pregadores, do Cardeal D. Henrique e da população de Amarante, a sentença de Beatificação foi promulgada a 16 de Setembro de 1561 pelo representante da Sé Apostólica, confirmando-se a concessão de lhe tributar culto público permitido; antes pelo Papa Júlio III (1551).

Mais tarde o Papa Clemente X, em 10 de Julho de 1671, estendeu a toda a Ordem dos Pregadores e a todo o reino de Portugal a concessão de honrarem este glorioso Santo, um dos santos mais populares de Norte a Sul do País, especialmente no Norte, com Missa e Ofício litúrgicos próprios. O seu culto espalhou-se pelos domínios ultramarinos de Portugal, chegando à Índia e ao Brasil como o confirma um longo e engenhoso sermão do Padre António Vieira sobre S. Gonçalo. É celebrado a 10 de Janeiro.

Tornou-se o santo patrono da cidade de Amarante, onde faleceu, e ainda das cidades de São Gonçalo de Amarante nos estados brasileiros do Rio Grande do Norte e do Ceará (nessas cidades homónimas também o padroeiro permaneceu idêntico).

É, no entanto, importante salientar que Gonçalo de Amarante, apesar de chamado "Santo" pelo povo, na verdade, é apenas "Beato", porque o processo de Canonização nunca foi levado a bom termo, ao contrário da sua Beatificação. Deste modo, a forma correcta de o denominar é "Beato Gonçalo de Amarante", o que é atestado pelos calendários litúrgicos portugueses.